Dário Madeira: da tragédia nasceu a mais bela história de sapatos
Dário Madeira. Há quem acredite que tudo na vida acontece por uma razão. Destino, crença ou superstição, já todos pensámos – ainda que por momentos – sobre isso. Mas, na pressa dos dias, embrenhamo-nos na rotina e deixamo-nos ir, sem parar para sentir o que nos faria felizes. Até que algo acontece. E somos obrigados a travar a fundo.
O Dário era mais um de nós, nessa rotina louca a que chamam século XXI. E, no dia em que um AVC o atirou para uma cama de hospital, em 2009, o mundo parou. Ou, pelo menos, a realidade como a conhecia alterou-se irreversivelmente. Foram anos de tratamentos, de lágrimas, conquistas e muito suor. O Dário perdeu a vida na mão direita, mas entregou a Elisabete, a mulher da sua vida, a missão de ser seu o braço direito. E ela foi. E é.
O Dário era mais um de nós, nessa rotina louca a que chamam século XXI. E, no dia em que um AVC o atirou para uma cama de hospital, em 2009, o mundo parou.
De sorriso rasgado nos lábios, somos recebidos por duas forças da natureza que são inspiração em forma de gente. O Dário fez da tragédia uma aliada e deu asas àquela que sempre foi a sua paixão: os sapatos. Começou a desenhar com a mão esquerda e, hoje, os sketches fazem parecer que nasceu canhoto. Mas, são os sapatos que nos arrebatam o coração e alegram a alma. Minuciosamente trabalhados, e integralmente feitos em pele, cada par leva o nome de uma mulher importante na sua vida. Há um modelo Elisabete, claro, e um Francisca em homenagem à filha do casal.
Mas, Dário vai mais longe: propôs-se a missão de conceber uns sapatos passíveis de serem calçados por vítimas de AVC. Quem nunca viu as capacidades físicas diminuídas não faz ideia de como pode ser difícil – e, na maior parte das vezes, até mesmo impossível, calçar uns sapatos apenas com uma mão. Eu tentei, e não foi fácil.
Assim, cada par de sapatos Dário Madeira é uma celebração ao eu feminino e um apelo a que nos sintamos bonitas na nossa própria pele. Louras, morenas, gordas, magras, fisicamente limitadas ou atletas, o sentimento é comum quando calçamos uns sapatos do designer: um bem estar avassalador e a certeza de que somos bonitas, como somos.
Para quem tiver curiosidade, o atelier do Dário fica em São João da Madeira e todos são bem-vindos a conhecer de perto os sapatos portugueses de quem teve coragem de tomar nas mãos as rédeas da sua própria vida.
Entretanto, fiquem atentos porque amanhã haverá um mega sorteio aqui no blogue de 3 pares de sapatos Dário Madeira.
No fim, aquilo que cultivamos é o que permanece connosco. E quem é de bem faz sempre bem a alguém. Como o Dário e a Elisabete me fazem a mim.
Casaco: | Antigo (era da minha mãe) |
Saia: | Alain Manoukian |
Camisola: | Mango |
Brincos: | Zara |
Mala: | Zara |
Chapéu: | H&M |
Sapatos: | Dário Madeira |
Carolina
Essa mulher é gata demais! Parece saída de um filme! Ainda bem que é minha amiga! Te adoro!!!!
Beijocas bem grandes no seu coração!