O que podemos aprender com o discurso da Meryl Streep
Globos de Ouro. Depois de um domingo passado em família, aterrámos em frente à televisão para ver os Globos de Ouro. E eu, acreditei que sim que a parte mais interessante da noite, prolongada em madrugada, seria ver o desfile de vestidos, alguns deslumbrantes, na passadeira vermelha. E espreitar o Ryan Gosling (pronto, eu confesso).
Mas, estava enganada. O momento alto da noite, foi mesmo o discurso da Meryl Streep, uma atriz que adoro desde sempre. Nas suas palavras, mais do que um ataque a Trump e um apelo ao respeito e à não violência, havia um pedido de paz. Paz pura, sem artifícios, que se reflete em aceitarmos as pessoas pelo que são e pelo valor que têm, não pelas suas origens, riqueza ou classe social.
Vestida com as minhas calças leopardo, mais de dez anos depois, aprendi, novamente, com a Meryl Streep, o valor do respeito. E do respeito pela diferença.
É claro que é algo que todos deveríamos saber. E que deveríamos pôr em prática, de tão óbvio que é. Mas muitas vezes, como aconteceu ontem, precisamos que alguém, tão inspirador como a Meryl, nos lembre. Que somos diferentes e que é nessa diferença, consequência das particulares vivências de cada um, que está o nosso encanto.
Eu, já passei pela experiência de ser humilhada por ser diferente. Quando vim do Brasil, com seis anos, era alvo de troça na escola e na turma, por o meu sotaque ser diferente. E, uma coisa tão trivial como um sotaque, poderia ter aberto a porta a um sem número de inseguranças infundadas. Felizmente, não aconteceu.
Com 16 anos, fui alvo de chacota no secundário, por usar umas calças leopardo, como as que usei no dia dos Globos de Ouro. Na altura, lembro-me de pensar que preferia umas calças leopardo na minha vida, do que pessoas assim, que sentem prazer a humilhar os outros. Nunca gostei de egos arrogantes e mesquinhos.
E, por isso, vestida com as minhas calças leopardo, mais de dez anos depois, aprendi, novamente, com a Meryl Streep, o valor do respeito. E do respeito pela diferença. Esse é um daqueles valores que quero entranhado em mim, até que me desvaneça. E que todos deveríamos querer.
Camisola: | Antiga |
Calças: | Zara |
Sapatos: | Zara |
Mala: | Zara |
Bomber: | Antigo |
Cristina Albuquerque
Adorei, também fui alvo de chacota no secundário quando usei umas calças zebra.