Medo da solidão
Solidão. Estamos sempre conectados. Telemóvel, internet, redes sociais. Amigos em catadupa. Likes e comentários. Mas, se cada vez temos mais amigos virtuais, porque é que nos sentimos tão sozinhos?
É embebedarmo-nos do bem que nos fazem. E dar-lhes tudo aquilo que temos, nos bastidores. Sem os holofotes do palco social.
Vivemos numa era em que tudo é rápido demais. Fugaz demais. Queremos estar a par de tudo para fazer de tudo um motivo de partilha. Mas, no meio de tanto corropio faltam-nos os momentos. Aqueles que ficam por viver, por estarmos demasiado ocupados a partilhar. E, de repente, quando abrimos a porta de casa ao fim do dia a única pessoa que nos espera é o gato. E o que está para além do ecrã do telemóvel. Porque os amigos trocaram a esplanada pelo facebook, e as jantaradas são passadas a instagramar. As relações amorosas resumem-se a encontros que se multiplicam com estranhos que não queremos perder tempo a conhecer. O tempo para os outros resume-se ao que é bonito partilhar. Falta o arrepio da descoberta, o agridoce do cair do pano.
É um mal dos tempos modernos. Mas, às vezes, parar para viver é essencial. Porque só vivendo nos cruzamos com pessoas. Algumas irão ficar. Outras estarão só de passagem. Muitas irão desiludir-nos. Mas outras serão o porto de abrigo pelo qual vale a pena viver. E, rodearmo-nos delas é muito mais do que expô-las numa qualquer rede social. É embebedarmo-nos do bem que nos fazem. E dar-lhes tudo aquilo que temos, nos bastidores. Sem os holofotes do palco social.
Por isso, da próxima vez que sentirem que o mundo se converteu numa espiral que se desenrola rápido demais, parem. Encham-se das pessoas que importam. Percam tempo a conhecer novas pessoas. A curva dos sorrisos, a maneira como afagam o cabelo, do que gostam ou o que odeiam. Porque nunca nos sentiremos sós enquanto tivermos pessoas que nos bastem.
Saia: | Mango |
Ténis: | Puma Suede Heart |
Mala: | Furla Twiggy |
Brincos: | Mango |
Relógio: | Rosefield |
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