Como é que nos tornámos tão interesseiros?
Relações humanas. Sempre acreditei que as relações humanas são complicadas porque todos nós, pessoas, somos demasiado complexos. Para começar, há logo o ego que é uma coisa que nos trama. Depois as nossas características, personalidade e até crenças determinam que estejamos muito longe uns dos outros, em algumas coisas.
Por isso é que viver em sociedade é um desafio tão grande. Temos que moldar-nos uns aos outros, respeitando as nossas diferenças e fazendo valer o que realmente importa.
Isto tudo para contextualizar algo que me tem acontecido ultimamente e me tem chocado, de alguma forma. Mas já lá vamos.
Fez-me questionar em que momento é que deixámos de ser polidos para sermos só mesmo interesseiros.
As redes sociais e este mundo rápido em que vivemos, trouxeram para primeiro plano o culto do egoísmo. Andamos demasiado centrados em nós, nas nossas coisas, e sempre a arquitectar planos para sermos melhores do que os outros. Não sejamos hipócritas: é natural que cada um queira saber de si e de ser melhor. Não há mal algum nisso. Mas não é menos verdade que os limites da educação e do respeito nunca devem ser ultrapassados, nessa equação.
E, foi esse atropelo impulsivo, em duas situações, que me deixou a pensar nisto. Deixem-me explicar: há uns dias uma pessoa aqui da blogosfera, que tenho em boa conta, veio falar comigo assim que publiquei no facebook um texto escrito para uma plataforma digital (a propósito, podem encontrar artigos meus sobre moda e beleza no E-konomista). Ao início, achei que fosse para me felicitar (nesta parte sinto que fui mesmo uma anta, mas eu tenho fé nas pessoas), mas tudo se resumia a perguntas, de chofre, sem qualquer cumprimento prévio (o olá caiu em desuso), sobre o E-konomista. E eu fiquei chocada. E triste. Pela falta de educação, claro, mas acima de tudo porque nunca esperei essa atitude vinda daquela pessoa. Acredito que ela tenha agido por impulso e não por maldade, mas a verdade é que foi uma desilusão. Eu admirava-a imenso, a sério. E isto fez-me questionar em que momento é que deixámos de ser polidos para sermos só mesmo interesseiros.
Obviamente, depois das minhas respostas monossilábicas lá veio a pergunta do “como estás?”. Mas foi tão forçado que se tornou esquisito. Eu respondi, mas ela nunca chegou a abrir a resposta.
Adiante, numa outra situação uma outra miúda, cujo instagram sigo, veio falar comigo para lhe dar o contacto de uma empresa para parcerias. Assim, na lata, e ainda me trocou o nome. Nunca tinha falado com ela na vida (com excepção dos likes e comentários que trocamos) por isso soou tudo, uma vez mais, esquisito. Honestamente, teria dado, sem problema algum, se ao menos ela tivesse perdido um bocadinho de tempo a ser simpática e a fazer alguma conversa antes da pergunta. Assim, fiquei só a achar que ela é tão polida como as Chanel falsas que usa.
Não me tomem por uma lunática: não há mal nenhum nas pessoas esforçarem-se e lutarem pelos seus interesses. Eu também o faço. Todos nós somos assim. Mas ser cordial com os outros é uma regra básica da educação. Além de que, todos temos mais a ganhar quando criamos empatias. Não só porque mais facilmente conseguimos da pessoa o que queremos, como pode dar-se o caso de gostarmos mesmo dela e ganharmos uma amiga. E, já se sabe, a vida dá muitas voltas: nunca podemos menosprezar ninguém.
Enfim…vamos lá deixar de ser tão interesseiros. Ou, pelo menos, tão descarados.
Vestido: | Shein |
Brincos: | Swarovski |
Sapatos: | Mango |
Cesta: | Toino Abel |
Relógio: | Calvin Klein |
Pulseira: | Kate Spade |
Elisabeth Rodriguez
É caso para dizer que a Educação caiu em desuso…ou simplesmente as pessoas ainda não perceberam que num mundo do “fast tudo”… elas (e todos) estamos a ficar cada vez mais vazios. Kiss.